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A contratação de enfermeiros para o SESARAM, a que se comprometeu o Governo de Miguel Albuquerque, avança a meio gás. O compromisso, assumido pelos então secretários regionais da Saúde, Manuel Brito e João Faria Nunes, foi de contratar 400 novos profissionais, durante a actual legislatura, que termina no próximo ano, à razão de 100 por ano.

No primeiro, 2016, foram contratados 153 enfermeiros para os quadros do SESARAM. Em 2017, zero e, neste momento, decorre um processo de recrutamento de 64 novos enfermeiros. Ficam a faltar 183 para o Governo, agora liderado por Pedro Ramos na área da Saúde, cumprir a promessa feita ao Sindicato e à Ordem dos Enfermeiros e, através destes, à população madeirense.

O processo em curso prevê uma reserva de recrutamento de 18 meses. Na prática, isso significa que, se houver autorização por parte de quem tutela as Finanças, os enfermeiros que concorrem, se não entrarem agora, podem ir ingressando no SESARAM até ao final da legislatura. Portanto, a entrada dos 400 enfermeiros acordados entre executivo e organizações representativas é fácil de concretizar, a partir do momento em que haja cabimento orçamental e autorização para a realização da despesa.

Por regra, os secretários da Saúde do Governo de Miguel Albuquerque têm manifestado vontade em que os enfermeiros sejam recrutados. Os obstáculos têm sido colocados pelos responsáveis pelas Finanças. Uma realidade testemunha ao DIÁRIO pelos responsáveis da Ordem dos Enfermeiros, Élvio Jesus, e do Sindicato dos Enfermeiros da Madeira, Juan Carvalho.

João Faria Nunes esforçou-se por conseguir autorização para a contratação dos 153 enfermeiros em 2016, tendo sido necessária a intervenção de Miguel Albuquerque para que Rui Gonçalves tenha autorizado o ingresso do segundo grupo, que estava na reserva de recrutamento, antes de esta caducar.

Em 2017, Pedro Ramos disse ao Sindicato do Enfermeiros, como testemunha Juan Carvalho, e na ALM que tudo faria para conseguir que entrassem mais 50 profissionais naquele ano. Mas não entrou nenhum, pois não houve abertura de concurso.

Na sexta-feira passada, foi feito o anúncio de abertura de processo de recrutamento, por três dias úteis. Na prática, os candidatos tiveram as manhãs de segunda a quarta-feira desta semana para apresentarem a documentação de candidatura.

Juan Carvalho e Élvio Jesus ficam satisfeitos por ser dado mais este passo, mas não o isentam de críticas. Os dois concordam que, como o recrutamento dos 400 profissionais está a ser conduzido tem levado a que muitos enfermeiros emigrem sem lhes ser dada a possibilidade de prestar serviços na Região, que os forma e investe nisso.

Juan Carvalho vê, ainda assim, com bons olhos que haja condições para cumprir a pretensão de Pedro Ramos, revelada num encontro de Fevereiro deste ano, de contratar 60 a 70 novos profissionais neste ano. O processo em curso é para 64, mas como há reserva de recrutamento, existe a esperança que, até ao final da legislatura, entrem os restantes.

Élvio Jesus também entende ser bom que exista o recrutamento, mas preferia que fosse anunciado mais atempadamente, em benefício da transparência e da atractividade do SESARAM, em especial, junto dos profissionais que ponderam emigrar.

400 são o mínimo exigido

A necessidade de contratar pelo menos 400 novos enfermeiros resulta de várias estimativas feitas pelo Sindicato dos Enfermeiros e foi, igualmente, o número levado pela Ordem à Secretaria da Saúde, no início do actual mandato do Governo.

Juan Carvalho explica, no que respeita ao Sindicato, que, com base no sistema de classificação de doentes, considerando a saída de enfermeiros e as reformas, foi calculado, ainda no tempo do secretário Francisco Jardim Ramos, no anterior Governo, que o SESARAM deveria ter entre 2.100 e 2.200 enfermeiros. Algo que o governante de Alberto João Jardim nunca admitiu. Coube, explica o sindicalista, primeiro, a Manuel Brito e, depois, a João Faria Nunes, reconhecer a necessidade e assumir o compromisso de os contratar.

O Sindicato também recorda que, em 2015, houve muitas saídas de enfermeiros dos cuidados primários para os hospitalares, desfalcando aqueles serviços, que deixaram de fazer prevenção e promoção da saúde, como até então.

Élvio Jesus, no que à Ordem diz respeito, diz que 400 foi o número levado à primeira reunião da instituição que lidera com o Governo, valor que veio a ser consolidado por um grupo de trabalho criado entre as partes.

 

Fonte: dnoticias-pt